quarta-feira, 15 de maio de 2013

Desventuras de Semideuses - Capítulo 02

- Não pode ser. – falou Taiga, encarando o céu lá fora 
Geórgia havia guardado seu livro sobre pirâmides egípcias, pela primeira vez sentia-se perturbada de mais para ler.
- Vamos Taiga, algo não está certo aqui.
As duas se levantaram com as mochilas nos ombros e saíram da sala de aula. A saída foi fácil, afinal o professor Finn não estava mais em seu lugar, de acordo com Geórgia ele havia saído após terminar de recolher as provas.
Do lado de fora da sala, Taiga e Geórgia observaram o campus da Escola Espada & Cruz. As luzes das salas e ginásios estavam acesas, iluminando o local. A maioria dos alunos estavam saindo de suas salas e indo para suas casas, não havia nenhum professor no campo de vista das garotas.
Taiga parou em frente à sala de número de 13 do bloco de ensino médio, colocou a cabeça na porta em busca de alguém. Na sala só havia um garoto guardando seus materiais em sua mochila.
O garoto era alto, tinha os cabelos castanhos claros, quase loiros e mal cortados. Suas orelhas eram pontudas e seus olhos verdes, brilhantes. Seu nome era Sebastian Henley, havia completado 18 anos a exatamente dois meses e era o melhor amiga de Taiga desde que a garota tinha 12 anos.
Após guardar todos os seus materiais, Sebastian colocou sua mochila nas costas e caminhou em direção à porta. Quando notou que Taiga o esperava deu um leve sorriso e acenou para a garota.
- Olá Sebastian! – a menina exclamou, e começou a andar para fora da escola
- Oi. – ele respondeu, caminhando ao lado da garota – Oi para você também, amiga da Taiga.
- Então, você sabe o que está acontecendo? – perguntou Geórgia, olhando para o garoto
- “Nops”. Deveria saber? – Sebastian parou de caminhar
- Claro, me falaram que você é sabe-tudo, e se eu não sei sobre alguma coisa que está me deixando preocupada, alguém deve me explicar. – a menina respondeu, parando também
Taiga riu baixo e continuou andando, até esbarrar em seu professor e cair no chão.
- Desculpe. – ela falou, olhando para cima.
A imagem do professor tremulava, hora aparentando ser um homem de quarenta e poucos anos abaixo do peso, outrora aparentando ser um homem de pele fantasmagórica com os ossos a mostra.
- Santo Goku, um homem-esqueleto! – exclamou Taiga, levantando-se em um pulo.
O professor tentou dizer algo, mas o único som que conseguiu emitir foi um rugido estranho. Ele empurrou Taiga pelos ombros, fazendo-a cair novamente.
- Ei! – gritou Sebastian, abaixando-se para ajudar a amiga – Você não é o professor Finn, de matemática? Deveria ajudar seus alunos, não empurra-los para o chão.
Finn se jogou para cima do garoto, que acabara de ver sua verdadeira forma. O homem agora era um esqueleto vestido com uma capa negra, seus dentes eram presas de tamanhos assustadores e sua boca estava suja de sangue. Atrás do homem começaram a aparecer crianças caídas no chão, feridas e sangrando, muitas sem alguns de seus membros.
- Correr, agora! – Geórgia gritou e disparou em direção ao portão de entrada
Sebastian pegou Taiga no colo, que agora dormia profundamente. “Péssima hora para dormir”, pensou o garoto.
Ele correu, ultrapassando Geórgia. Finn, o professor de matemática e homem-esqueleto, estava bem próximo deles. Próximo o suficiente para puxar Geórgia pelo braço, o que ele realmente fez.
A menina caiu no chão, exclamando um “ai”. O professor segurava seu braço com força, se aproximando cada vez da garota, pronto para mordê-la e arrancar partes de seu corpo, como havia feito com as outras crianças.
- Não a morda! – gritou Taiga, acordando – Ela tem gosto de peixe podre!
Sebastian colocou a menina no chão, que correu em direção à Geórgia.
- Não, não, não! – Geórgia gritou – Não venha para cá!
Taiga estava prestes a se jogar entre a amiga e o homem-esqueleto quando um menino, com pernas de bode, gritou:
- Morte ao monstro, béeee!
O menino bode segurava uma espada de bronze, cujo qual usou para apunhalar Finn pelas costas. O homem-esqueleto saiu de perto de Geórgia, levantando-se e puxando o garoto.
- Eu sou Luke, o sátiro, não temam semideuses! – ele gritou, enquanto o homem-esqueleto o tacava contra uma parede.
Sebastian, Taiga e Geórgia correram em direção a Luke, que não parecia nada bem. Sebastian pegou a espada do “sátiro” e partiu para cima de Finn, enquanto as garotas tentavam fazer com que Luke retornasse a consciência e parasse de gritar enchiladas.
- Porque eu não fiz aquelas aulas de karatê junto de Mathew? – lamentou-se Sebastian, enquanto corria em direção ao homem esqueleto.
O menino mal sabia segurar uma espada, e por algum motivo sentia que era o único capaz de derrotar aquele monstro, mesmo acreditando que monstros não existiam. Sebastian era um garoto inteligente, sempre tirava as melhores notas, havia uma voz que falava em sua mente, fazendo-o estudar diariamente, indicando os melhores livros e escolas, e era essa mesma voz que o mandava pegar a espada e esmagar a cabeça do professor Finn.
“Não adianta só atingi-lo na cabeça ou corta-la, você deve esmaga-la” dizia a voz.
Sebastian tentou desferir um golpe no pescoço do homem-esqueleto, que desviou com uma de suas mãos. O garoto recuou para trás e em seguida correu, Finn tentou puxa-lo pelo braço, porém Sebastian abaixou-se, cortando uma das pernas do homem-esqueleto, que caiu no chão. O menino levantou-se o mais rápido que pôde e tentou desferir um golpe contra o pescoço de Finn, que por sua vez puxou o tornozelo do garoto, fazendo-o cair.
O homem-esqueleto apertava o tornozelo de Sebastian forte, as garras aos poucos iam adentrando a pele do menino, que gritava de dor. Aos poucos a perna do garoto começou a sangrar, cada vez mais e mais.
Finn arrastou-se para cima do garoto, indo em direção ao seu pescoço, mordendo-o. Sebastian debatia-se, tentando livrar-se do monstro, mas seus olhos iam se fechando e a cada segundo perdia um pouco de sua consciência.
Taiga caminhou em direção aos dois sem fazer barulho algum, pegou a espada que estava no chão e desferiu um golpe contra o pescoço do homem-esqueleto, fazendo sua cabeça voar longe.
- Esmague a cabeça, Taiga. – o menino disse antes de fechar os olhos – A cabeça.




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