sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Um natal longe de Hogwarts

Acordei quando os primeiros raios de sol adentraram a janela do dormitório. Lá fora eu podia ver Hogwarts coberta de neve, cujo qual começava a derreter com a manhã.
O relógio na cabeceira da cama marcava cinco horas e quarenta e cinco minutos. A maioria das pessoas ainda dormiam, despreocupadas.
Levantei-me e senti o frio que fazia fora de minhas cobertas. Peguei meu cachecol listrado azul com bronze, para combinar com as cores da Corvinal, e uma touca azul-meia-noite.
Depois de ter certeza de que estava aquecida o suficiente comecei a arrumar minhas malas. Eu sentia falta de minha família, e por mais que quisesse ficar em Hogwarts, neste ano eu deveria ir para casa.
Terminei de guardar meus pertences na mala e desci para o Salão Principal. A decoração de Natal estava excepcionalmente linda, havia pisca-piscas em todos os lugares, sem contar o enorme pinheiro cheio de bolinhas vermelhas, azuis, verdes e amarelas.
Acho que fiquei um bom tempo parada na porta de entrada observando os pisca-piscas, porque quando me dei conta Serena e Mayara estavam paradas na minha frente, gesticulando freneticamente as mãos para que eu prestasse atenção.
- Tá viva? - Mayara perguntou e eu a olhei.
- Desculpe, zonzóbulos. Sabe como são, né?
Ela concordou com a cabeça.
- Só queria saber se você vai para casa hoje. - Serena falou, com um sorriso amigável.
- Vou sim. - sorri de volta - Prometi para o Matheus que o acompanharia.
- Saquei. Neste caso, nos vemos depois da pascoa.
As duas me abraçaram e depois foram em direção a mesa da Grifinória. Fiquei mais alguns segundos observando a decoração de Natal e pensando se minha mãe havia montado a árvore esse ano.
Comecei a perceber que o Salão Principal estava enchendo. Com toda a certeza eu passaria minha noite de Natal lembrando daquele lugar.
Caminhei até a mesa da Corvinal e percebi que Matheus já estava lá. Sentei-me ao seu lado e ele me olhou, beijando-me em seguida.
- Pronta para ir pra casa?
- Hogwarts é a minha casa. - respondi, olhando para as torradas em meu prato.
Matheus segurou minha mão e a apertou de leve.
- Nos encontramos no Salão Comunal daqui a uma hora, ok?
Concordei com a cabeça, peguei uma das torradas e me levantei, correndo em direção a cabana de Hagrid.
Quando cheguei bati na porta três rápidas vezes e o meio gigante a abriu.
- Tauane, que surpresa! - Hagrid me abraçou forte e me convidou para entrar.
Sentei-me em um dos bancos de madeira enquanto o chá era servido.
- Ao que devo a honra de sua visita? - ele também se sentou em um dos bancos de madeira
- Eu estou com medo. - falei entre um gole e outro de meu chá - Nunca voltei para casa desde que vim para Hogwarts. Já fazem três anos.
- Do que tem medo? Sua família deve sentir sua falta.
- E eu sinto a falta deles. - encarei meus pés
- Então qual é o problema, pequena?
- Hogwarts foi o único lugar em que eu me senti aceita. E se eu não puder voltar?
Hagrid riu e eu o olhei, confusa.
- Hogwarts é o seu lar. E um lar sempre espera por você.
Não pude deixar de sorrir ao ouvir aquilo. Quando voltei para o Salão Comunal da Corvinal, Matheus esperava por mim.
Peguei minha mala, segurei na mão de Matheus e juntos atravessamos os corredores de Hogwarts. Lá fora a neve havia voltado a cair, por mais que alguns raios de sol insistissem em atravessar as nuvens.
Continuamos a andar, e eu juro, não olhei para trás, eu sabia que em breve estaria de volta.

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